Com quase dois terços de sua produção voltada para o açúcar e com 85% das suas vendas já fixadas em preços próximos a R$ 1.400/tonelada, a Coruripe está entre as empresas do setor menos expostas ao cenário resultante do Covid-19

A Usina Coruripe, uma das maiores empresas do setor sucroenergético do país, registrou aumento de 12% na moagem de cana-de-açúcar na safra 2019/20 em comparação à safra anterior. Essa foi, de acordo com a companhia, a maior safra da sua história até o momento. E o cenário é bastante positivo também na temporada 2020/21, porque a projeção é de ampliação da moagem em 2,9%, alcançando 15,05 milhões de t

No período de abril de 2019 a março de 2020, a empresa atingiu a marca de 14,6 milhões de t de cana-de-açúcar processadas nas usinas localizadas em Iturama, Campo Florido, Carneirinho e Limeira do Oeste, em Minas Gerais, e Coruripe, em Alagoas, superando os 13,06 milhões de t registrados no período anterior. O número ficou acima da meta prevista em aproximadamente 500 mil t.

Outro resultado positivo, de acordo com a companhia, foi o faturamento, que teve crescimento expressivo na safra 2019/20. Chegou a R$ 2,46 bilhões, superando em 13,1% o resultado no período anterior (R$ 2,17 bilhões). Desse valor, R$ 1,27 bilhão foram alcançados com a comercialização de açúcar, R$ 1,04 bilhão com a venda de etanol e R$ 92,9 milhões com fornecimento de energia elétrica.

Já o Ebitda ajustado chegou a R$ 977 milhões na safra encerrada em 31 de março deste ano, aumento de 19,7% em relação à anterior. A dívida líquida em relação ao Ebitda caiu 1,6%: de 2,95 para 2,90.

A produção total de açúcar cresceu 14,7% em relação à safra 2018/19 e chegou  a cerca de 20,63 milhões de sacas de 50kg. O lançamento da marca própria de açúcar no mercado do Sudeste, no ano passado, contribuiu para esses resultados positivos. A marca passou a ser comercializada nos pontos de venda em cidades do Triângulo Mineiro e em Belo Horizonte e região metropolitana em três tipos: cristal (2kg e 5kg), refinado (1kg) e demerara (1kg).

A Coruripe produziu 6,5% a mais de etanol na safra 2019/20 na comparação com a anterior, alcançando a marca de 502,8 milhões de l. Já a geração de energia elétrica fechou em 716.054 megawatt/hora (MWh), número 11,5% superior ao da safra anterior. A produtividade no campo na safra encerrada em 31 de março de 2019 foi de 77,9 toneladas moídas por hectare.

Ciclo 2020/21: aumento de moagem e cogeração 

Para a safra de 2020/21, a previsão é atingir novo recorde, com a ampliação da moagem em 2,9%, alcançando 15,05 milhões de t. Com isso, a meta da empresa é aumentar a produção de açúcar em 15,7%, em 23,87 milhões de de sacas de 50 kg – 1,2 milhão de t, e elevar em 5,5% a geração de energia elétrica, o que representa 755.290 MWh.

Já a produção de etanol deve ter um decréscimo de 11,1% na comparação com a safra 19/20. Para o faturamento na safra 2020/21, é esperado um aumento de 5,4%, o que representa R$ 2,59 bilhões e o Ebitda ligeiramente acima da marca de R$ 1 bilhão, refletindo também a implementação de várias ações para melhoria da produtividade e redução de custos.

Com quase dois terços de sua produção desta safra voltada para o açúcar e com 85% das suas vendas já fixadas em preços próximos a R$ 1.400/tonelada, a Coruripe está entre as empresas do setor menos expostas ao cenário adverso resultante da Covid-19 e a queda abrupta de preço do etanol.

Um gerador de receita extra é o programa Renovabio (Política Nacional de Biocombustíveis) do governo federal. A Coruripe recebeu, neste mês, autorização da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) no processo de certificação de produção eficiente de biocombustíveis.

Com a autorização, a partir do dia 27 de abril, a empresa prevê negociar os créditos que emitir em uma plataforma desenvolvida pelo governo federal. Com base nos dados do programa, o valor estimado de crédito é de R$ 25 milhões e a quantidade projetada é de 500 mil CBios. “Isso reforça o comprometimento histórico da Coruripe com a proteção do meio ambiente”, afirma o presidente da Usina Coruripe, Mario Luiz Lorencatto.

Renovação e expansão de canaviais e novas tecnologias

Os resultados positivos são fruto dos investimentos constantes da Usina Coruripe na renovação e expansão de seus canaviais, bem como na modernização de equipamentos e na aquisição de novas máquinas. Somente neste ano, a empresa investiu R$ 64 milhões no financiamento de parte de uma nova caldeira (R$ 24 milhões) e em linhas de custeio agrícola (R$ 40 milhões) na matriz, localizada em Coruripe (AL).

O valor de investimento foi obtido por meio de linha de crédito concedida pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB), com prazo de amortização de cinco anos. Além disso, no ano passado, a Coruripe captou R$ 712,7 milhões por meio de emissão pública de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), valor aproximadamente 42,5% maior que os R$ 500 milhões inicialmente previstos na oferta mínima.

De acordo com o presidente da Usina Coruripe,  os números alcançados na safra 2019/2020 confirmam o potencial da companhia no setor sucroenergético.

“Nesse período, colhemos uma safra recorde, o que é consequência da constante busca por melhor performance e custos baixos, aliada às boas condições climáticas no oeste do Triângulo Mineiro e em Alagoas. Sem dúvida, a confiança dos investidores no desempenho e perspectivas de crescimento da nossa empresa está sendo recompensada pelos excelentes resultados obtidos”, declarou.

Pandemia do Coronavírus

Em relação à pandemia de Covid-19, Lorencatto afirma que, apesar desse cenário, a empresa seguiu o calendário definido anteriormente para a moagem e se comprometeu a não demitir sem justa causa nem reduzir salário e jornada durante o estado de emergência.

“Nossa empresa se enquadra na classificação de serviços essenciais para a população, pois produz açúcar, etanol e energia elétrica. Seguimos com os nossos esforços, adotando todas as medidas preventivas necessárias para o combate ao novo coronavírus. Nossas ações de responsabilidade com o próximo são contínuas e esperamos seguir contribuindo para que, em breve, o cenário volte à normalidade”, acrescenta.

 

Fonte: https://revistarpanews.com.br